Voo Criminoso: Onde está o ladrão sueco hoje?

Voo Criminoso é um das séries de maior sucesso da Netflix, que conta a história de um dos maiores roubos da história da Suécia, no qual um helicóptero foi usado para assaltar um depósito de dinheiro. Embora a série tenha sido uma adaptação ficcional, ele é vagamente inspirado em eventos reais e no envolvimento de Shirwan Safa Kadhum, um ladrão sueco de origem iraquiana. Mas o que aconteceu com Kadhum depois desse assalto audacioso? Vamos entender sua história e o que a realidade revela sobre os eventos retratados na série.

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A História de Shirwan Safa Kadhum

Nascido no Iraque em 1979, Kadhum imigrou para a Suécia com sua família na busca por uma vida melhor. Porém, como muitos imigrantes, ele enfrentou dificuldades para se adaptar à nova realidade, sendo constantemente marginalizado e discriminado. No entanto, o que poderia ter sido uma vida comum acabou se tornando uma trajetória criminosa.

Desde jovem, Kadhum se destacou no crime, começando com o roubo de obras de arte em 2000, quando ele, junto a outros criminosos, invadiu o Museu Nacional Sueco e roubou valiosas pinturas de Renoir e Rembrandt. A polícia só prendeu Kadhum em 2004, e ele foi condenado a dois anos de prisão.

Embora tenha sido libertado em 2006, Kadhum não desistiu da vida criminosa e, em 2009, se envolveu em um dos maiores roubos da história da Suécia, o assalto ao depósito de dinheiro de Vastberga, em Estocolmo.

O Grande Roubo de Helicóptero

O roubo de 2009, que deu origem à série Voo Criminoso, foi meticulosamente planejado. Kadhum foi recrutado para participar do roubo após se endividar com credores perigosos. A proposta de se envolver no assalto foi apresentada como uma forma de pagar suas dívidas. Kadhum, sem outras opções, aceitou participar, apesar das circunstâncias atípicas e perigosas do crime.

O plano original era simples: um grupo de criminosos usaria um helicóptero para invadir o depósito de dinheiro e roubar milhões de coroas suecas. No entanto, a operação não foi tão bem-sucedida quanto o esperado. A estrutura do edifício era diferente da planta apresentada a Kadhum, o que forçou o grupo a improvisar.

Além disso, o assalto, que deveria durar cerca de 10 minutos, se estendeu por mais de 20 minutos devido a dificuldades imprevistas. Kadhum, como mostra a série, foi forçado a portar um rifle Kalashnikov, embora fosse informado de que ele estava vazio. Surpreendentemente, o depósito não estava vazio, e cerca de 10 a 20 funcionários estavam presentes, o que complicou ainda mais a situação.

Após o roubo, Kadhum foi mantido isolado em um apartamento por dois dias antes de receber 60.000 coroas suecas e ser orientado a ficar fora de vista. Ele foi levado para um esconderijo, onde foi forçado a aguardar enquanto os membros da gangue tentavam escapar da polícia. Contrariamente ao que é mostrado na série, Kadhum não fugiu para a República Dominicana por causa de provas de DNA no local do roubo, mas sim porque queria evitar que a polícia fosse até sua casa, onde sua namorada estava grávida.

A Prisão e Condenação

Kadhum foi preso em janeiro de 2010, em um resort na República Dominicana, depois que a polícia descobriu vestígios de sangue no local do roubo, confirmando sua participação. Ele foi extraditado para a Suécia, onde foi condenado por roubo agravado e recebeu uma sentença de oito anos de prisão. Durante seu julgamento, Kadhum manteve-se em silêncio sobre os nomes de seus cúmplices, temendo por sua segurança e pela de sua família.

Após cumprir parte da sentença, Kadhum foi libertado da prisão e, desde então, mantém um perfil discreto. A polícia nunca recuperou o dinheiro roubado, e muitos acreditam que Kadhum tenha ficado com uma parte do valor. Apesar disso, ele não foi preso novamente, o que indica que ele pode ter deixado para trás a vida de crimes.

O Legado do Roubo e o Futuro de Kadhum

O caso de Kadhum continua a ser um dos exemplos mais emblemáticos de como a vida de um imigrante pode ser moldada pelas dificuldades sociais e econômicas enfrentadas em um novo país. Seu envolvimento em um dos maiores roubos da história da Suécia reflete a desesperança e as escolhas difíceis enfrentadas por muitos em situações extremas.

Enquanto Voo Criminoso dramatiza os eventos com algumas liberdades criativas, a história real de Kadhum é um lembrete das consequências de se envolver com o crime, além das complexidades do sistema social que muitas vezes empurra indivíduos para situações extremas. O que aconteceu com Shirwan Safa Kadhum depois do roubo? Ele continua em silêncio, provavelmente em algum lugar de Estocolmo, longe dos holofotes, mantendo um perfil baixo, mas certamente marcado pela sua história de crimes e arrependimentos.

O mistério sobre o que realmente aconteceu com o dinheiro e o futuro de Kadhum permanece, mas sua história certamente continua a ressoar como um alerta sobre as escolhas difíceis que muitos são forçados a fazer em tempos de desespero.

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