Um Olhar do Paraíso: Final explicado do filme

O filme Um Olhar do Paraíso (2009), dirigido por Peter Jackson e baseado no romance de Alice Sebold, é tão comovente quanto perturbador. A história de Susie Salmon, uma jovem de 14 anos assassinada por um vizinho serial killer, é uma trama envolvente que mistura elementos sobrenaturais e temas profundamente emocionais. Apesar de seu final impactante, o filme deixa uma sensação de injustiça que ecoa na vida real, já que a história foi inspirada em eventos reais.

Vamos explorar o desfecho do filme, as inspirações reais por trás dele e os elementos mais marcantes que tornam essa obra uma reflexão dolorosa sobre tragédias e a busca por justiça.

O final de Um Olhar do Paraíso: Justiça ou frustração?

No final de Um Olhar do Paraíso, George Harvey, o assassino de Susie, continua impune. Enquanto Susie observa do além o sofrimento de sua família e as atrocidades de Harvey, o filme entrega uma conclusão agridoce: Harvey morre ao escorregar de um penhasco, mas sem nunca ser identificado ou responsabilizado pelos seus crimes.

Essa morte rápida e “indolor” contrasta com a brutalidade que Susie e outras vítimas sofreram. Embora sua morte interrompa sua trajetória de violência, a falta de justiça deixa uma sensação de vazio tanto para os personagens quanto para o público.

A verdadeira história por trás de Um Olhar do Paraíso

A experiência de Alice Sebold

Muitos aspectos do filme têm raízes na própria experiência traumática da autora Alice Sebold. Nos anos 1980, enquanto era estudante na Universidade de Syracuse, Sebold foi vítima de um ataque brutal. Embora o responsável tenha sido condenado inicialmente, ele acabou exonerado anos depois, e a verdadeira identidade do agressor nunca foi confirmada.

Além disso, Sebold foi informada pelas autoridades que outra mulher havia sido assassinada na mesma região em que ela foi atacada, o que dá origem ao título de seu livro de memórias, Lucky (“Sortuda”). Um policial chegou a dizer que ela era “sortuda” por ter sobrevivido. Esse evento marcou profundamente a autora, influenciando tanto Um Olhar do Paraíso quanto outros de seus trabalhos.

O assassinato real que inspirou a história de Susie Salmon

Outro aspecto que moldou a trama foi o assassinato de uma jovem de 14 anos na década de 1970, em Norristown, Pensilvânia. Assim como Susie, a vítima foi sequestrada, violentada e morta, e o responsável nunca foi identificado.

Sebold usou essa tragédia para explorar a perspectiva de uma vítima que observa do além como sua família e comunidade lidam com a perda. Essa abordagem única deu ao romance e ao filme um tom emocionalmente profundo e reflexivo, questionando como o impacto de uma tragédia reverbera nas vidas daqueles que ficam para trás.

A maior tragédia: a ausência de justiça

Tanto na história fictícia quanto nos eventos reais que a inspiraram, a ausência de justiça é o elemento mais devastador. Em Um Olhar do Paraíso, George Harvey é responsável por inúmeras mortes, mas nunca é punido. Sua morte acidental pode ser vista como uma forma de “justiça divina”, mas não oferece o fechamento esperado, já que suas ações permanecem sem consequências legais.

Essa sensação de injustiça ecoa na vida real. Nem o assassino da jovem de Norristown nem o agressor de Alice Sebold foram responsabilizados. Essa falta de respostas é o que torna a história tão poderosa e difícil de digerir.

Por que assistir Um Olhar do Paraíso?

Um Olhar do Paraíso não é apenas uma história sobre perda e tragédia; é também uma reflexão sobre o impacto das tragédias naqueles que ficam para trás. A atuação de Saoirse Ronan como Susie Salmon e de Stanley Tucci como George Harvey é impressionante, trazendo profundidade emocional a uma história que combina o sobrenatural com o realismo brutal.

Se você busca um filme que mexa com suas emoções e levante questões profundas sobre justiça, trauma e resiliência, Um Olhar do Paraíso é uma obra indispensável.

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Magdalena Schneider
Magdalena Schneider

Magdalena Schneider atua como redatora e editora chefe do site desde 2020. Moradora de Porto Alegre (RS), é sócia e redatora dos portais Minha Série Favorita, Very Money e Curtindo Porto Alegre. Formada em Psicologia pela Faculdade IENH, e especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, vê na criação de conteúdo, uma oportunidade de comunicar e transformar o mundo. No Minha Série Favorita, é responsável pela busca de pautas diárias, escrita e publicação das matérias, visando informar e trazer conteúdos relevantes ao portal. Sendo assim, Magdalena atua há quatro anos no campo da comunicação e criação de conteúdo.

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