O Brutalista, de Brady Corbet, é uma obra densa e provocadora que deixa o espectador com mais perguntas do que respostas. A trama, liderada por Adrien Brody no papel de László Tóth, explora temas como imigração, antissemitismo, arte e o preço do sucesso em uma América moldada pelo capitalismo e preconceitos do pós-guerra. O final do filme não oferece uma resolução clara, mas sim um convite à reflexão.
O que acontece no final de O Brutalista?
O clímax do filme traz uma virada impactante: Harrison Van Buren (Guy Pearce), após anos de colaboração com Tóth, o estupra durante uma viagem à Itália. Esse ato de poder e humilhação desencadeia uma espiral de autodestruição em László, afetando seus relacionamentos e trabalho. Erzsébet (Felicity Jones), esposa de László, sofre uma overdose de heroína administrada por ele na tentativa de aliviar suas dores. Ela sobrevive, mas o evento marca um ponto de ruptura.
Antes de deixarem o país, Erzsébet confronta Harrison publicamente, acusando-o de sua violência. O magnata desaparece misteriosamente após o confronto, sem que seu destino seja revelado.
O significado do discurso de Zsófia no Epílogo
O epílogo de O Brutalista nos transporta para 1980, durante uma Bienal que celebra a obra de László Tóth. Surpreendentemente, ele é reconhecido como um arquiteto renomado, apesar de todos os desafios enfrentados. Durante o evento, Zsófia (Raffey Cassidy) – sobrinha de László – faz um discurso marcante sobre o legado do tio.
Em suas palavras finais, Zsófia declara:
“Não importa o que os outros tentem vender a você, é o destino, não a jornada.”
Essa frase encapsula a essência do filme. László enfrentou traumas, humilhações e tragédias, mas seu trabalho transcendeu sua dor pessoal. O centro comunitário que ele construiu, inspirado nos campos de concentração que ele sobreviveu, reflete como a arte nasce do sofrimento.
O que aconteceu com Harrison Van Buren?
A fuga de Harrison após as acusações de Erzsébet permanece sem explicação. O filme deixa espaço para especulações:
- Suicídio: Dominado pela vergonha e medo, Harrison pode ter tirado a própria vida.
- Fuga: Ele pode ter desaparecido, recomeçando a vida em outro lugar, longe do escândalo.
- Impunidade: A falta de resoluções concretas reflete como muitas figuras poderosas escapam de punições, um reflexo das falhas na sociedade e na justiça.
A reação de Harry Van Buren (Joe Alwyn), filho de Harrison, adiciona mais camadas ao mistério. Sua expressão de desespero sugere que ele acredita nas acusações – ou talvez saiba mais do que aparenta.
Erzsébet Morre Antes do Epílogo?
A ausência de Erzsébet na Bienal de 1980 indica que ela faleceu nas duas décadas seguintes. Embora tenha sobrevivido à overdose, sua condição de saúde (osteoporose) provavelmente encurtou sua vida. Seu destino não é explicitamente mostrado, mas sua influência na trajetória de László permanece evidente.
László Tóth é Baseado em uma Pessoa Real?
Apesar da verossimilhança da história, László Tóth é uma criação fictícia. O personagem e sua jornada refletem experiências comuns a muitos imigrantes e artistas do pós-guerra. Adrien Brody, que possui ascendência imigrante, afirmou que utilizou elementos de sua própria vida para dar profundidade ao papel.
O Verdadeiro Significado de O Brutalista
O Brutalista é mais do que um filme sobre arquitetura; é uma exploração do sonho americano sob a perspectiva de um imigrante judeu que carrega cicatrizes profundas. A obra examina como a América do pós-guerra oferece oportunidades, mas também impõe barreiras invisíveis, baseadas em preconceito, ganância e poder.
Harrison representa o lado sombrio do capitalismo e do privilégio, enquanto László simboliza a resiliência do espírito criativo. A mensagem final do filme sugere que, por mais tortuosa que seja a jornada, o legado artístico e a força da criação podem transcender até mesmo as maiores tragédias.
Em suma, O Brutalista é uma obra-prima cinematográfica que desafia o público a refletir sobre as complexidades do poder, do trauma e da arte. Vale cada minuto da experiência.
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