Luta por Justiça: História Real por Trás do Filme

Luta por Justiça (Just Mercy), estrelado por Michael B. Jordan como o jovem advogado Bryan Stevenson e Jamie Foxx como o prisioneiro Walter McMillian, traz uma história poderosa de resistência e esperança em meio à injustiça. O filme foi disponibilizado gratuitamente em plataformas de streaming durante o mês de junho pela Warner Bros., o que aumentou seu alcance e potencialmente trouxe milhões de novos espectadores para conhecerem essa história verídica e impactante.

A Inspiração por Trás de Luta por Justiça

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Imagem: Warner Bros Pictures

O filme é baseado na trajetória real de Bryan Stevenson, um advogado que se dedicou a lutar contra o racismo no sistema judicial dos Estados Unidos. Stevenson fundou a Equal Justice Initiative (EJI), uma organização que oferece defesa gratuita a pessoas condenadas injustamente. Seu trabalho foi especialmente desafiador ao lidar com o caso de Walter McMillian, um homem negro acusado e condenado à morte sem evidências concretas.

Em seu livro Just Mercy: A Story of Justice and Redemption, Stevenson relata as lições que aprendeu durante o caso. Segundo ele, “a experiência de Walter me ensinou como nosso sistema traumatiza e vitimiza as pessoas quando exercemos nosso poder para convencer e condenar de forma irresponsável”. No entanto, o caso também mostrou que é possível encontrar “luz dentro da escuridão”.

A História de Walter McMillian

Walter McMillian nasceu em 1941, no Condado de Monroe, Alabama — o mesmo cenário do clássico literário O Sol é Para Todos, de Harper Lee. Apesar das dificuldades impostas pelo legado racista das leis de Jim Crow, McMillian construiu uma vida respeitável, abrindo seu próprio negócio de extração de madeira e conquistando respeito em sua comunidade.

Contudo, após se envolver com uma mulher branca casada, Karen Kelly, preconceitos há muito tempo adormecidos vieram à tona. Quando uma jovem branca, Ronda Morrison, foi assassinada em 1986, a polícia, pressionada a encontrar um culpado, viu McMillian como o bode expiatório ideal. Ralph Myers, um homem branco com histórico de problemas com drogas, foi pressionado a acusar McMillian do crime, mesmo que suas alegações fossem absurdas e infundadas.

A Farsa e o Julgamento de McMillian

Myers afirmou que McMillian havia pedido sua ajuda no assassinato, mesmo sem nunca terem se encontrado antes. Sob pressão policial e ameaçado de enfrentar a pena de morte, Myers inventou histórias para agradar as autoridades, o que levou McMillian à prisão e posteriormente ao corredor da morte.

O julgamento de McMillian foi marcado pela falta de evidências e por testemunhas que garantiam que ele estava em outro local no momento do crime. Apesar disso, o júri o condenou à prisão perpétua, e o juiz Robert E. Lee Key foi além, alterando a sentença para pena de morte.

A Determinação de Bryan Stevenson

Na época, Bryan Stevenson era um advogado jovem e determinado a fazer a diferença. Mesmo desaconselhado pelo juiz Key, que o alertou sobre a suposta “má reputação” de McMillian, Stevenson acreditava que o sistema havia falhado com seu cliente. Após sucessivas negativas nas tentativas de apelação, Stevenson seguiu confiante: “Estamos apenas começando, Walter. Ainda temos muito a fazer, e vamos obrigá-los a encarar isso.”

A virada no caso veio quando Myers procurou Stevenson e confessou que havia mentido sob coação policial. Além disso, a Polícia Estadual do Alabama ameaçou Myers com a pena de morte caso ele não colaborasse. Com o testemunho desmontado, a defesa de McMillian ganhou força.

Apoio da Mídia e a Liberdade de McMillian

O caso ganhou destaque nacional quando um programa de TV, 60 Minutes, expôs as falhas do processo judicial e a falta de provas contra McMillian. Após seis anos no corredor da morte, McMillian foi finalmente exonerado em 1993.

No caminho de volta do tribunal, McMillian olhou para Stevenson e disse: “Sinto-me como um pássaro. Sinto-me como um pássaro.”

Reflexões Sobre a Justiça e o Legado de Luta por Justiça

A história de Walter McMillian e a luta incansável de Bryan Stevenson nos lembram das injustiças que ainda existem no sistema jurídico. Luta por Justiça é mais do que um filme sobre exonerar um homem inocente; é um chamado para refletirmos sobre as falhas do sistema e o racismo institucionalizado.

O legado do filme e do trabalho de Stevenson continua vivo, inspirando outros a questionar o sistema e lutar por mudanças. Luta por Justiça é um lembrete da importância de defender aqueles que não têm voz e de nunca desistir na busca pela verdadeira justiça.

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