O filme JOY, lançado pela Netflix em 2024, apresenta a fascinante e pouco conhecida história da criação da fertilização in vitro (FIV), que revolucionou o tratamento da infertilidade. Dirigido por Ben Taylor e estrelado por Thomasin McKenzie, Bill Nighy e James Norton, o longa transporta os espectadores para a Inglaterra dos anos 60 e 70, onde uma equipe composta por dois médicos e uma enfermeira trabalhou incansavelmente para tornar possível o nascimento do primeiro bebê de proveta, Louise Joy Brown, em 1978.
Quem foi Jean Purdy?
Jean Purdy, interpretada por Thomasin McKenzie no filme, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da FIV. Enfermeira, assistente de laboratório e embriologista, Purdy foi a primeira a observar a divisão celular do embrião que se tornaria o primeiro bebê concebido por FIV.
Apesar de sua importância, Purdy foi frequentemente esquecida nas homenagens públicas, enquanto os créditos eram direcionados principalmente aos seus colegas, o obstetra Patrick Steptoe (Bill Nighy) e o fisiologista Robert Edwards (James Norton). Edwards, que ganhou o Prêmio Nobel em 2010 por suas contribuições à ciência, chegou a protestar contra a exclusão do nome de Purdy de uma placa comemorativa no hospital onde Louise Brown nasceu.
Purdy trabalhou ao lado de Steptoe e Edwards por mais de uma década e foi cofundadora da primeira clínica de FIV do mundo, a Bourn Hall, em 1980. Infelizmente, sua vida foi interrompida precocemente aos 39 anos, em 1985, devido a um câncer de pele.
Fatos vs. Ficção: O que é real no filme JOY?
Embora o filme JOY se baseie em eventos reais, algumas liberdades criativas foram tomadas. A maior parte do drama pessoal de Jean, incluindo conflitos familiares e seu vínculo com a igreja, foi criada para dar profundidade à personagem, já que poucos detalhes sobre sua vida pessoal foram documentados.
Por outro lado, os aspectos científicos e históricos foram cuidadosamente pesquisados. A equipe de produção entrevistou familiares de Edwards e Steptoe, além de ex-funcionários da clínica Bourn Hall e mulheres que participaram dos primeiros testes de FIV, conhecidas como “Ovum Club”.
Uma das cenas mais impactantes do filme, o nascimento de Louise Joy Brown, foi recriada com precisão e até incorpora imagens reais do evento. Segundo a designer de produção Alice Normington, o quarto do hospital foi recriado com elementos que evocassem sentimentos de esperança e felicidade, como os azulejos amarelos escolhidos para simbolizar “sol e alegria”.
Por que assistir JOY?
JOY é mais do que uma aula de história científica; é um tributo às pessoas que transformaram a medicina reprodutiva. O filme destaca o impacto emocional do trabalho em tratamentos de infertilidade, tanto para os profissionais quanto para os pacientes.
Com atuações marcantes, especialmente de McKenzie como Jean Purdy, JOY é uma celebração da resiliência humana e da busca pela inovação, iluminando uma figura esquecida que ajudou a trazer esperança a milhões de famílias ao redor do mundo.
Disponível na Netflix, JOY é uma jornada emocionante e educativa que não apenas conta a história da FIV, mas também coloca Jean Purdy no lugar de destaque que ela merece na história da ciência.
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