Hollywood volta a viver um período de Greve de Roteiristas após mais de 15 anos. A partir desta terça-feira (02), milhares de roteiristas de televisão e de cinema entraram em greve por conta do fracasso das negociações entre estúdios e streaming para um aumento do salário.
A confirmação surgiu após o anúncio oficial do sindicato da categoria, o Writers Guild of America (WGA). Por ora, a Greve de Roteiristas deve continuar até que todas as partes cheguem a um consenso sobre remuneração maior para o salário mínimo e sobre a regulamentação de roteiros escritos por inteligências artificiais.
De acordo com a WGA, a decisão de optar pela greve geral de roteiristas aconteceu após uma rodada de seis semanas em negociação com as principais empresas, como Apple, Netflix, Disney, Sony, Paramount, entre outros.
A primeira mobilização força a interrupção dos conhecidos programas de “late-night shows” dos Estados Unidos. Espera-se que novas medidas entrem em vigor e afetem a maior parte das séries que estão programadas para 2023.
Greve de Roteiristas já causou problemas há 15 anos
A última Greve de Roteiristas de Hollywood aconteceu entre novembro de 2007 e fevereiro de 2008. Na época, uma onde demissões gerou clima de instabilidade e causou uma grande crise econômica nos Estados Unidos. Na época, a mobilização interrompeu ao menos dez séries de grande investimento.
Produções como Heroes, por exemplo, sofreram com a Greve de Roteiristas há mais de 15 anos. Isso porque o desenvolvimento da série não conquistou o público, algo que originou uma queda dura e definitiva de audiência. Como resultado? O cancelamento do programa após a quarta temporada.
A icônica série Breaking Bad também sofreu com a Greve de Roteiristas. Por conta da mobilização, a AMC precisou tomar outras medidas e alterou o final previsto da primeira temporada. Influenciando, portanto, no decorrer do programa.
O que pode acontecer em 2023?
A perspectiva é de que a Greve de Roteiristas seja mais leve em 2023. Se séries foram adiadas em 2007, a ideia é que os streamings possam cobrir a falta de conteúdo durante o período. Espera-se que ao menos a Netflix tenha programas o suficiente para lidar com o problema ao longo dos próximos meses.
“Não conseguimos chegar a um acordo com os estúdios e as emissoras”, disse o sindicato dos roteiristas em comunicado na Internet. De acordo com a WGA, as respostas às reivindicações foram “totalmente insuficientes, levando em conta a crise existencial à qual os roteiristas enfrentam”.
Contudo, o Screen Rant defende que todo o material sem roteiro pronto deve sofrer algum tipo de atraso nos próximos meses. Séries que recém estrearam novos episódios, como The Last of Us, podem sentir os efeitos da Greve de Roteiristas.
Apesar disso, há poucas chances de que os consumidores sofram alguma consequência em curto prazo. As principais séries que estão com lançamento previsto nos próximos meses já estão com o roteiro pronto, faltando detalhes de pós-produção.
Por fim, a Greve de Roteirista deve causar problemas a médio e a longo prazo em caso de novo fracasso entre a WGA e os principais serviços de streaming. Sem roteiro, a maior parte das séries deve não ver a luz do dia ou pode perder qualidade caso as plataformas escolham profissionais que não estão cadastrados no sindicato.
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