A estreia de Zoë Kravitz na direção, Pisque Duas Vezes, chegou aos cinemas em agosto e gerou uma série de debates entre o público e a crítica. A estrela de The Batman traz uma mistura entre sátira e terror que estabelece seu estilo autoral, enquanto Naomi Ackie e Channing Tatum interpretam os protagonistas de maneira intensa e cativante.
No enredo, Frida (Ackie), uma garçonete, é convidada junto com sua amiga Jess (Alia Shawkat) pelo bilionário Slater King (Tatum) para viver dias de luxo em sua ilha particular. Porém, a estadia logo revela um lado sombrio e nada luxuoso, quando as amigas percebem que entregaram seus celulares e os dias parecem se misturar em uma sequência surreal. Estranhos acontecimentos culminam em descobertas perturbadoras e, com um enredo cheio de suspense, Pisque Duas Vezes se consolida como um thriller psicológico instigante. A seguir, explicamos o surpreendente final do filme.
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O desaparecimento de Jess em Pisque Duas Vezes
Frida começa a desconfiar que algo está errado na ilha de Slater, e tudo piora quando Jess desaparece sem deixar rastros. Sua amiga agora não pode mais ignorar as suspeitas, especialmente porque ninguém parece se lembrar de Jess. Slater e seus colegas negam sua existência, e até o quarto onde ela estava hospedada foi transformado em um depósito.
Eventualmente, Frida encontra uma aliada em Sarah (Adria Arjona), que encontra um isqueiro com o nome de Jess, reavivando memórias esquecidas. Juntas, elas começam a ligar os pontos: durante as festas promovidas por Slater, as mulheres eram drogadas com uma flor nativa da ilha, que as fazia perder a memória. Nos momentos de apagão, os homens cometiam abusos horríveis. Esse mesmo componente, inclusive, estava presente no perfume fornecido a elas.
Jess, por ter sido picada por uma cobra venenosa da ilha, conseguiu reter parte das memórias e percebeu o que estava acontecendo. Sua tentativa de expor a verdade acabou sendo fatal. Frida descobre que o veneno da cobra permite recordar os traumas vividos e, junto com Sarah, formula um plano para que todas as mulheres da ilha possam se lembrar dos abusos.
A vingança de Frida
Ao recobrar a memória, Frida encontra um conjunto de fotografias perturbadoras, revelando que ela já estivera na ilha antes e não lembrava. Esses registros acionam memórias suprimidas e tornam o cenário ainda mais claro. Determinada, ela decide enfrentar Slater e seus cúmplices, agora com a ajuda das outras mulheres que também se lembram dos abusos.
Frida e Sarah, então, executam um plano de vingança que culmina em confrontos brutais com os agressores. No entanto, o confronto final entre Frida e Slater leva a um desfecho inesperado: ele, prestes a atacá-la, é subitamente tomado pela confusão e perde o controle da situação. Frida, de forma engenhosa, o submete ao mesmo alucinógeno que ele usava para manipular as mulheres, invertendo a relação de poder.
O último plot twist de Pisque Duas Vezes
Em uma reviravolta final, Kravitz nos mostra Slater vivo e ainda influente, mas agora sob o controle de Frida. Ela usa as substâncias e informações para manipular Slater e, com seu apoio forçado, constrói uma carreira como uma nova magnata. Assim, a vingança de Frida se completa, e o ciclo de poder se inverte.
Para Kravitz, o final reflete o desejo de Frida não de ser vista ou conquistar Slater, mas de ocupar sua posição de poder. O final alternativo, onde Slater simplesmente morria, foi descartado por ser considerado “fácil demais” e menos impactante.
Em Pisque Duas Vezes, Kravitz traz à tona a questão do desejo pelo poder, das dinâmicas de abuso e da resistência de quem já passou por traumas. Em sua vingança bem-sucedida, Frida não apenas encontra justiça pessoal, mas se transforma em alguém ainda mais poderoso, em um final provocativo que questiona as motivações humanas e o poder da lembrança.
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