Crítica: ‘O Homem Que Quer Viver Para Sempre’ Vale a Pena Assistir?

‘O Homem Que Quer Viver Para Sempre’ é mais do que um documentário sobre a busca pela imortalidade. A nova produção da Netflix, dirigida por Chris Smith, mergulha na obsessão do empresário de tecnologia Bryan Johnson com a longevidade e a ciência do antienvelhecimento. Mas será que o filme entrega mais do que um vislumbre curioso da vida de um milionário excêntrico?

A Premissa: O Que É ‘Project Blueprint’?

Bryan Johnson, fundador da Braintree (vendida ao PayPal em 2013), dedica sua fortuna e tempo ao “Project Blueprint”– um rigoroso programa antienvelhecimento que envolve dietas restritas, terapias experimentais e o consumo de centenas de suplementos diários. Sua missão? Desacelerar o envelhecimento e, quem sabe, reverter seus efeitos.

Nos primeiros minutos do filme, somos bombardeados com termos científicos complexos – desde terapia de ondas de choque peniana até senolíticos inalatórios para os pulmões. Mas, para alívio do público, o documentário não se prende a uma aula de biologia avançada.

Entre a Obsessão e a Humanização

A narrativa ganha profundidade com a introdução de Talmage, o filho adolescente de Johnson, que retoma contato com o pai após o divórcio. Esse elemento familiar traz uma camada emocional ao filme, distanciando-o de um simples retrato de um milionário excêntrico.

Johnson, longe do estereótipo do bilionário desconectado, mostra-se autodepreciativo e transparente sobre suas lutas com a saúde mental e o abandono da fé mórmon. Em certo momento, ele brinca:
“Isso é uma seita – uma seita para te fazer dormir mais cedo.”

Chris Smith e o Foco nos Ricos e Poderosos

Chris Smith, conhecido por documentários como ‘Fyre’ e ‘Branson’, tem um histórico de explorar as vidas dos ultrarricos e suas ambições desmedidas. Em ‘O Homem Que Quer Viver Para Sempre’, essa abordagem continua, mas com um olhar mais humano e compassivo.

No entanto, o filme evita confrontar as falhas de lógica ou as implicações filosóficas do projeto de Johnson. Declarações como “Aceitamos o declínio e a morte como inevitáveis” passam sem questionamento, ignorando que indústrias inteiras lucram com a luta contra o envelhecimento.

O Que Falta?

O documentário toca de forma superficial em temas mais profundos, como:

  • A desconexão de Johnson com seus outros filhos.
  • Sua saída da religião.
  • O vazio emocional mascarado pelo culto ao corpo.

Esses elementos, se mais explorados, poderiam transformar o filme em uma reflexão mais poderosa sobre família, identidade e mortalidade.

Veredito: Vale a Pena Assistir O Homem Que Quer Viver Para Sempre?

  • Nota: 3.5/5

‘O Homem Que Quer Viver Para Sempre’ funciona bem como um entretenimento curioso. Quem espera uma análise profunda da cultura do antienvelhecimento ou uma crítica social contundente pode se frustrar. Mas para aqueles que buscam apenas uma espiada na vida de alguém que desafia os limites do corpo (e do bom senso), o filme entrega o suficiente.

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