Chegou na plataforma da Netflix, um grande filme. “Identidade” é escrito e dirigido por Rebecca Hall, a partir do romance de Nella Larsen, “Passing”. Ele retrata a história de duas amigas de infância, Irene (Tessa Thompson), e Clare (Ruth Negga), que se reencontram na vida adulta, no estado de Nova York. Ambas são mulheres negras, entretanto Clare é mais clara do que Irene.
E isso permite a ela, se passar por branca, e ter todos os privilégios que uma pessoa de tal raça tem, na sociedade americana da década de 1920. Mas o que torna esse filme bom a ponto de você ter que assistir? Descubra a seguir.
Fique por dentro
- Shang-Chi foi o filme mais baixado da semana; Veja lista TOP10 completa
- Além de Verdades Secretas: 10 séries e filmes de sexo no Globoplay (+18)
- 5 séries quentes na Netflix para tirar seu fôlego em 2021 (+18)
- 18 Filmes de sexo na Netflix para maiores de 18 (Hétero e LGBT) em 2021
Crítica do filme Identidade da Netflix
Clare se passa por uma mulher branca, e inclusive, conhece um homem branco, racista. Com ele, ela vive a sua ilusão de uma vida de “branco” com cabelos loiros. Durante todo o seu casamento, o seu marido brinca que ela foi ficando mais “escura” com a idade. Entretanto, ele sabe que ela não é uma mulher negra retinta, e por isso, brinca com o assunto.
Apesar de ter a sua vida de fantasias, Clare inveja Irene. Em suma, ela inveja o fato da amiga não viver uma mentira. Ao contrário de Clare, Irene tem um marido negro, dois filhos negros e vivem em Harlem. Para Clare, Irene passa a ideia de que é feliz e se sente segura. Entretanto, essa sensação não passa de mais uma ilusão que o filme retrata: Irene apenas finge tudo isso, para não ter que lidar com a realidade e a crueldade do racismo.
Na maior parte das cenas, Irene anda com o olhar baixo, e coloca um chapéu como se pudesse se esconder, ou se tornar invisível: ele funciona como um escudo, que tenta a proteger de um mundo complicado. Sendo assim, o filme Identidade é uma obra feita com muita inteligência, e que retrata, de forma discreta, outras faces do racismo.
Adoção de papéis e anulação da subjetividade
Ao pensar em racismo, muito se pensa em escravidão, segregação, discriminação, e grandes doses de violência. Entretanto, a diretora Hall optou por uma obra em que retrata esse assunto de forma subjetiva, ao mostrar o quanto a inferioridade que as pessoas negras sentem (ou podem sentir) diante das situações de racismo.
No decorrer da trama, vemos Clare tentando resgatar a sua identidade, e Irene, o tempo todo em sufoco. E o telespectador se sente da mesma forma. E justamente essa é a intenção do filme: mostrar o quanto uma pessoa inocente pode sofrer, pelo simples fato da cor da sua pele ser diferente das demais.
Qual o preço que estamos dispostos a pagar, por adotar papéis inautênticos, e socialmente aceitos? O quanto somos capazes de fazer em favor da sociedade, e contra nossos princípios e personalidade? Quantas vezes você se anula para poder existir? E por fim: o quanto as vítimas da sociedade, se tornam os seus próprios carrascos?
Sem dúvida, todas essas perguntas permeiam a mente do telespectador durante o filme, e por isso, essa se torna uma das grandes tramas da Netflix. Sendo assim, se você puder, não deixe de conferir a nova trama Identidade.
Trailer de Identidade
Enfim, gostou da Crítica do filme Identidade?
Convidamos você a nos seguir no Twitter, Instagram e Facebook para ficar por dentro de tudo que rola no mundo das séries e filmes.