O Sétimo Dia, dirigido por Justin P. Lange, é uma tentativa de renovar o subgênero de exorcismo ao misturar elementos sobrenaturais com a clássica dinâmica mentor-aprendiz. Estrelado por Guy Pearce como o experiente Padre Peter e Vadhir Derbez como o novato Padre Daniel, o filme apresenta uma premissa interessante, mas que não consegue escapar de suas limitações. Apesar de alguns momentos promissores e uma performance sólida de Pearce, o longa carece de profundidade e falha em criar o impacto esperado para um filme de terror.
Uma premissa desperdiçada
A história segue o veterano exorcista Padre Peter, que carrega traumas de seu passado, incluindo a morte de seu mentor durante um exorcismo fracassado. Agora, ele treina novos sacerdotes em missões clandestinas, já que o Vaticano teria supostamente se distanciado do ritual devido a controvérsias. O jovem Padre Daniel, novato e inseguro, torna-se seu aprendiz, sendo jogado diretamente no caso de Charlie, um garoto que assassinou brutalmente sua família.
Embora essa combinação de terror e jornada de aprendizado pareça promissora, o filme apenas arranha a superfície de sua trama. Não há desenvolvimento significativo dos personagens, nem do relacionamento entre Peter e Daniel, o que enfraquece o envolvimento emocional do público.
As performances: Pearce carrega o filme, mas Derbez não convence
Guy Pearce, conhecido por sua versatilidade, é um dos poucos pontos altos do filme. Ele consegue transmitir a exaustão e o ceticismo de um padre que vive à margem, enquanto entrega falas exageradas com um comprometimento impressionante. No entanto, até mesmo Pearce não consegue salvar o roteiro irregular e os diálogos simplistas.
Por outro lado, Vadhir Derbez, que interpreta Daniel, não consegue acompanhar a intensidade de Pearce. Sua performance é marcada por uma expressão constante de confusão e insegurança, o que pode ser parcialmente culpa do roteiro, que falha em dar ao personagem qualquer profundidade ou arco convincente. A dinâmica entre os dois, que deveria ser o coração do filme, acaba sendo rasa e pouco memorável.
Terror genérico e previsível
Para um filme de exorcismo, O Sétimo Dia é surpreendentemente inofensivo. A direção de fotografia de Nick Remy Matthews cria algumas imagens inquietantes, e a trilha sonora de Gavin Brivik oferece acordes que tentam transmitir tensão. No entanto, essas escolhas estéticas não são suficientes para sustentar o terror.
O longa se apoia em clichês e sustos previsíveis, sem trazer nada inovador ao gênero. As cenas que deveriam ser perturbadoras acabam sendo genéricas, e o potencial da trama – como a ideia de uma rede de padres possuídos – é explorado de forma superficial.
Vale a pena assistir O Sétimo Dia?
Nota: 2,5/5.
O Sétimo Dia tinha o potencial de ser um filme de terror psicológico intrigante, mas acaba se perdendo em uma execução medíocre e genérica. Apesar de uma atuação sólida de Guy Pearce e uma premissa interessante, o roteiro raso e a falta de química entre os protagonistas tornam o filme esquecível.
Se você é fã do gênero e procura um passatempo descompromissado, O Sétimo Dia pode até ser uma opção, mas não espere um terror que vá marcar. Para quem busca algo mais impactante, títulos clássicos como O Exorcista ou até mesmo produções contemporâneas como Hereditário oferecem experiências muito mais imersivas e aterrorizantes.
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