Crítica de Ma: Vale a Pena Assistir ao Filme?

MA é um thriller psicológico com uma dose de perversidade e uma grande performance de Octavia Spencer, que rouba a cena em um papel único e complexo. O filme, dirigido por Tate Taylor, mistura o gênero de terror com nuances dramáticas e um toque de sátira, proporcionando uma experiência de entretenimento de sexta-feira à noite. No entanto, apesar de ter seus méritos, Ma também possui falhas que diminuem seu impacto.

Trama de MA

O filme segue a história de Ma (Octavia Spencer), uma assistente de veterinário solitária e traumatizada por experiências do passado. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela conhece um grupo de adolescentes, liderados por Maggie (Diana Silvers), e começa a oferecer-lhes um local para beber em seu porão. O que começa como uma troca aparentemente inofensiva se transforma em um jogo psicológico perigoso, onde Ma lida com seus próprios demônios, revelando gradualmente uma obsessão sombria pelos jovens.

O filme é inspirado em thrillers psicopatas dos anos 90, como Single White Female e Carrie, e apesar de seguir um caminho bem familiar, executa essa fórmula com competência. A direção de Taylor consegue equilibrar os momentos de carnificina com uma análise de personagem, principalmente através da performance de Spencer, que brilha na construção de uma mulher quebrada e manipulatória.

A Performance de Octavia Spencer

Octavia Spencer oferece uma das performances mais memoráveis de sua carreira. Conhecida por papéis de apoio, Spencer finalmente tem a chance de brilhar como a protagonista e aproveita isso ao máximo. Ela transita habilmente entre a vulnerabilidade e o terror, gerando simpatia antes de provocar repulsa no público.

Uma cena particularmente forte mostra Ma em um momento de fragilidade emocional, que humaniza a personagem e oferece uma pausa na violência do filme. A habilidade de Spencer em alternar entre esses estados emocionais é um dos pontos altos de Ma, transformando um papel potencialmente unidimensional em uma interpretação rica e multifacetada.

O Aspecto Psicológico e a Reflexão sobre o Bullying

Ma vai além da simples violência gratuita ao abordar temas pesados, como o bullying e seus efeitos duradouros. A história de Ma é marcada por uma cruel vingança contra aqueles que a humilharam na adolescência.

Os flashbacks de sua juventude revelam como os abusos a moldaram e a conduziram para a espiral de obsessão e violência. Essa camada de profundidade emocional eleva o filme, dando-lhe uma sensação de tristeza e humanidade, o que faz com que o público compreenda parcialmente a motivação por trás de suas ações.

O Roteiro e a Ação

Embora o filme tenha uma base sólida e ideias interessantes, ele recai em alguns clichés do gênero. O roteiro de Scotty Landes, embora bem estruturado na maior parte do tempo, eventualmente se perde em decisões absurdas dos personagens que só servem para impulsionar a trama para frente. Enquanto a tensão se constrói bem no início, o filme perde fôlego à medida que avança, e o clímax final, embora exagerado, parece forçado e sem o impacto desejado.

O Elenco de Apoio e os Outros Personagens

Os adolescentes que cercam Ma são, em grande parte, esquecíveis, com exceção de Maggie, interpretada por Diana Silvers, que traz uma atuação sólida e expressiva. No entanto, o verdadeiro destaque do elenco secundário são os adultos, com Luke Evans e Juliette Lewis oferecendo performances interessantes, principalmente Lewis, que dá profundidade à sua pequena, mas marcante, participação.

Vale a pena assistir Ma?

  • Nota: ★★★☆☆ (3/5 estrelas)

Ma é um filme que mistura o grotesco com o psicológico de forma eficaz, mas, no final das contas, é a atuação de Octavia Spencer que realmente faz a diferença. O filme tem seus altos e baixos: embora a construção da personagem e a exploração dos traumas passados de Ma sejam bem feitas, o roteiro e a ação às vezes ficam aquém do esperado.

Se você é fã de filmes de terror com um toque psicológico e performances marcantes, Ma vale a pena assistir, mas esteja preparado para algumas convenções do gênero e um final que pode deixar a desejar.

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