Crítica: “Batalhão 6888” – Vale a Pena Assistir?

“Batalhão 6888”, dirigido por Tyler Perry, tinha tudo para ser uma obra de destaque. Baseado na história real do 6888º Batalhão do Corpo Feminino do Exército dos EUA – o primeiro e único batalhão totalmente negro a servir no exterior durante a Segunda Guerra Mundial – o filme contava com um elenco estelar e uma premissa poderosa. No entanto, apesar de momentos emocionantes e atuações impactantes, a produção tropeça em clichês e escolhas narrativas que prejudicam seu impacto.

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O Que Funciona em Batalhão 6888?

Os melhores momentos do filme acontecem quando ele se concentra na irmandade entre as mulheres do batalhão e na jornada histórica que enfrentaram. A liderança de Major Charity Adams, interpretada com intensidade por Kerry Washington, é um dos pontos altos. A cena em que o batalhão desembarca na Europa após uma viagem turbulenta é particularmente emocionante, simbolizando a resiliência das mulheres negras em um ambiente hostil.

A cinematografia também merece destaque, com figurinos e cenários bem elaborados que transportam o espectador para os anos 1940. A dedicação do batalhão para organizar e entregar toneladas de correspondência, vital para manter o moral das tropas, é retratada de forma convincente, reforçando a importância do trabalho que essas mulheres realizaram.

Onde Falha?

Infelizmente, o filme perde fôlego ao se desviar para subtramas românticas que parecem desconectadas da história principal. A relação de Lena Derriecott (Ebony Obsidian) com um soldado branco morto na guerra e, posteriormente, com outro soldado negro, desvia o foco do impacto histórico do batalhão. Esses arcos amorosos não são desenvolvidos de maneira satisfatória, deixando a impressão de que o filme tenta manipular emoções sem construir uma narrativa coesa.

As atuações, embora passionais, muitas vezes são afetadas por direção exagerada. Momentos melodramáticos, como Lena chorando sobre o túmulo de seu amor perdido, contrastam com antagonistas brancos retratados de forma tão caricata que beiram o cômico. Essa falta de sutileza compromete a seriedade do tema abordado.

O Elenco e as Atuações

Kerry Washington se destaca como Major Adams, transmitindo força e vulnerabilidade na medida certa. No entanto, outros nomes de peso, como Oprah Winfrey e Susan Sarandon, aparecem de forma superficial, com personagens que carecem de profundidade. Ebony Obsidian entrega uma performance intensa, mas é prejudicada por uma narrativa que não lhe dá espaço para brilhar.

“Batalhão 6888” é uma produção que merece reconhecimento pela escolha de abordar uma história pouco conhecida, mas que carece de um desenvolvimento mais focado e equilibrado. Apesar das falhas, o filme tem valor histórico e pode despertar interesse em conhecer mais sobre o legado dessas mulheres extraordinárias.

Vale a pena assistir? Sim, pela importância do tema e pela atuação de Kerry Washington. Mas esteja preparado para uma narrativa que nem sempre faz jus ao impacto da história que pretende contar.

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