Os thrillers criminais são um dos gêneros que mais prendem a atenção do público, independentemente do país de origem. Filmes como Os Assassinos da Lua das Flores cativam por focar em eventos históricos e sociais amplos, enquanto outros, como Raktabeej, irritam pela quantidade de erros. Mas e os filmes que ficam no meio termo? Essa é a situação de Assalto Brutal, um thriller polonês que tenta, mas não consegue, brilhar.
A História de Assalto Brutal (Napad, 2024)
Dirigido por Michal Gazda, Assalto Brutal conta a história de um assalto a banco que acaba em tragédia, com a morte de três funcionárias e um guarda. O protagonista, Tadeusz Gadacz, é um ex-agente de segurança desacreditado, chamado de volta ao trabalho para resolver o caso em apenas 15 dias. O prazo apertado se deve à fusão de bancos privados que está prestes a ocorrer, e se o caso não for resolvido a tempo, todo o plano econômico pode desmoronar.
Enquanto Gadacz tenta desvendar o crime, ele cruza o caminho de três suspeitos principais: Kacper Surmiak, o guarda que deveria estar de plantão no dia do roubo; Bartek Sawczuk; e Marek Nowak. O filme segue a clássica fórmula de “gato e rato”, com Gadacz jogando com os nervos dos criminosos para obter suas confissões. Mas apesar de uma boa premissa, o filme tropeça em suas próprias ambições.
Pontos Positivos e Negativos de Assalto Brutal
Dana Lukasinska e Bartosz Staszczyszyn, os roteiristas de Assalto Brutal, tocam em temas importantes, como a desigualdade econômica e a corrupção política, mas infelizmente falham em aprofundá-los. O início do filme sugere que o roubo é um reflexo da condição econômica da Polônia, mas essa ideia se perde ao longo da trama. A jornada de redenção de Gadacz também tenta ser uma crítica ao sistema político, que transforma heróis em párias, mas acaba seguindo todos os clichês do gênero policial.
Além disso, a policial Aleksandra Janicka, interpretada por Wiktoria Gorodeckaja, começa como uma personagem promissora, dividida entre cumprir ordens superiores e fazer o que é certo. No entanto, ela perde relevância e personalidade até o fim do filme, desperdiçando seu potencial.
Embora tecnicamente bem-feito, Assalto Brutal carece de algo essencial: investimento emocional. O filme nunca envolve o espectador de verdade na investigação. Não há tensão suficiente para que nos preocupemos com o destino dos personagens, nem com a resolução do caso.
Direção e Atuação
Apesar das falhas do roteiro, a direção de Michal Gazda é competente. A atenção aos detalhes, desde o figurino até a recriação da época, é impressionante. O humor seco, muitas vezes vindo de Gadacz, ajuda a aliviar a atmosfera sombria do filme. No entanto, o problema principal é o ritmo. A falta de stakes emocionais faz com que o filme pareça arrastado, mesmo com um prazo tão apertado na trama.
Nas atuações, Olaf Lubaszenko, como Gadacz, rouba a cena. Seu desempenho como o ex-agente desiludido que gradualmente volta a ser implacável é convincente. Jedrzej Hycnar, que interpreta Kacper, traz uma intensidade assustadora ao personagem, apesar de o roteiro limitar seu desenvolvimento. O elenco de apoio também faz um ótimo trabalho, mas são prejudicados pela falta de material sólido para trabalhar.
Conclusão: Assalto Brutal Vale a Pena?
Em suma, Assalto Brutal é um thriller mediano. Não é um filme terrível, mas também está longe de ser memorável. A falta de profundidade em seus temas e a previsibilidade da trama tornam-no esquecível. Para quem procura um passatempo no Netflix, pode até ser uma escolha válida. Mas se você busca um thriller verdadeiramente envolvente, talvez seja melhor revisitar clássicos como Fogo Contra Fogo ou Seven.
Então, se você gosta de filmes policiais, Assalto Brutal está disponível na Netflix. Mas, se está à procura de uma experiência realmente eletrizante, talvez seja melhor investir seu tempo em títulos mais consagrados do gênero.
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