A Caçada é uma daquelas produções que, antes mesmo de seu lançamento, já carregava o peso da controvérsia. Vendido como um filme de terror e sátira política, ele explora o confronto entre “elites liberais” e “deploráveis” (uma referência ao famoso comentário de Hillary Clinton sobre apoiadores de Trump). Mas, com toda a provocação e bagagem que o cerca, será que o filme entrega o que promete ou apenas gera mais ruído? Vamos descobrir.
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Enredo de A Caçada: Uma Caça Humana Polêmica
Inspirado vagamente no conto The Most Dangerous Game (1924), de Richard Connell, A Caçada começa com um grupo de 12 pessoas que acordam amordaçadas e desorientadas em uma floresta. Logo, elas percebem que foram escolhidas como alvos de uma caçada organizada por uma elite rica e cruel.
A violência é exagerada e frequentemente cômica, com mortes que vão desde explosões até empalamentos. Apesar do tom sangrento, o filme busca brincar com as expectativas do público, questionando quem realmente é confiável ou “razoável” nesse jogo macabro.
Betty Gilpin brilha como Crystal, uma protagonista misteriosa e habilidosa que lidera a resistência dos “caçados”. Seu duelo final com a antagonista principal, interpretada por Hilary Swank, é um dos momentos mais memoráveis do longa.
Sátira ou Superficialidade?
A Caçada tenta se posicionar como uma crítica feroz à polarização política dos Estados Unidos, mas falha em entregar uma mensagem consistente. Ao caricaturar tanto liberais quanto conservadores, o filme procura ser imparcial, mas acaba caindo no vazio. Suas piadas são baseadas em estereótipos óbvios, como elites discutindo sobre a terminologia correta para se referir a negros ou “deploráveis” exaltando armas e teorias conspiratórias.
Embora alguns desses momentos sejam divertidos, a sátira carece de profundidade, oferecendo apenas observações rasas sobre o estado da política americana. A tentativa de “criticar tudo e todos” resulta em um filme que não toma partido, mas também não propõe reflexões significativas.
As Forças do Filme: Betty Gilpin e a Ação
Se A Caçada tem um ponto forte, ele está na performance de Betty Gilpin. Sua interpretação de Crystal é ao mesmo tempo intensa e irônica, equilibrando momentos de vulnerabilidade com cenas de ação implacável. Sua luta final com Hilary Swank é bem coreografada e traz uma energia que o resto do filme luta para sustentar.
Outro aspecto positivo é o tom exagerado e cartunesco das cenas de violência, que tornam o filme divertido para fãs do gênero gore. No entanto, a narrativa em si não é memorável e se apoia demais na controvérsia que cerca o longa.
Pontos Fracos: Controvérsia Sem Propósito
O maior problema de A Caçada é que ele parece mais interessado em causar polêmica do que em realmente explorar seus temas. Desde seu adiamento por conta de tiroteios em massa nos EUA até as críticas de Donald Trump, o filme foi promovido como uma obra provocativa. No entanto, a provocação é superficial, e o roteiro não oferece uma visão coesa sobre a divisão política ou os conflitos sociais que tenta abordar.
Vale a Pena Assistir A Caçada?
Nota: ⭐⭐⭐☆☆
Depende do que você está buscando. Se você gosta de filmes de terror com ação exagerada e não se importa com uma trama rasa, A Caçada pode ser uma diversão passageira. No entanto, se você espera uma sátira política afiada ou uma reflexão mais profunda sobre os temas que aborda, este filme provavelmente vai decepcionar.
A Caçada é como uma piada mal contada: tem momentos engraçados, mas no final, deixa a sensação de que poderia ter sido muito mais.
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