A estreia de Coringa: Folie à Deux, novo filme do universo cinematográfico da DC, gerou uma onda de polêmicas, tanto por sua recepção crítica quanto por seus números decepcionantes de bilheteria. Com a volta de Joaquin Phoenix ao papel de Arthur Fleck e a adição de Lady Gaga como Harley Quinn, o estúdio Warner Bros. esperava repetir o sucesso estrondoso do primeiro filme. No entanto, a realidade nas bilheterias e a recepção do público sugerem que a sequência pode estar caminhando para ser um dos maiores fracassos de filmes de quadrinhos dos últimos tempos.
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Um Caminho de Fracassos para a DC
A DC já vinha enfrentando dificuldades em conectar suas produções com o público, e Coringa 2 parece seguir essa tendência. Após o fraco desempenho de The Flash e Besouro Azul, a aposta em uma sequência para o aclamado Coringa de 2019 parecia, em teoria, uma escolha segura.
Contudo, o alto investimento e o longo desenvolvimento da produção não se refletiram em resultados positivos. Os números do primeiro fim de semana foram alarmantes, com uma bilheteria mundial de apenas 121,1 milhões de dólares, muito aquém do esperado para um filme que custou cerca de 190 milhões de dólares.
A resposta da crítica ao filme foi igualmente desastrosa. No site Rotten Tomatoes, a aprovação dos críticos despencou para 33%, com o público não ficando muito atrás, registrando 31% de aprovação no “Popcornmeter”. Apesar de um teaser inicial que gerou expectativa, o filme não conseguiu manter o interesse do público, e o boca a boca negativo contribuiu para o declínio de seu desempenho nas bilheterias.
Uma Sequência Sem Propósito?
Desde o início, o diretor Todd Phillips concebeu o primeiro Coringa como um filme autônomo, sem a intenção de expandir o universo de Arthur Fleck ou conectá-lo diretamente ao mundo de Batman. Porém, o sucesso avassalador do filme original levou o estúdio a repensar essa estratégia e encomendar uma sequência.
O problema é que, ao contrário do primeiro filme, Coringa: Folie à Deux parece não ter uma base criativa sólida. Muitos críticos apontam que a sequência existe mais por razões comerciais do que artísticas, o que resulta em uma trama que, segundo muitos, não traz nada de novo ou interessante.
O Uso da Música e a Participação de Lady Gaga
Uma das grandes novidades de Coringa: Folie à Deux foi a inclusão de números musicais, com Lady Gaga liderando algumas dessas sequências. A expectativa era de que a presença da estrela pop trouxesse um diferencial criativo ao filme.
Contudo, essa escolha foi amplamente criticada, com muitos espectadores alegando que as cenas musicais interrompem o fluxo da narrativa, sem acrescentar nada significativo à trama. A tentativa de inovar com essas cenas acabou por alienar ainda mais o público, que esperava algo mais coeso e impactante.
Um Final Decepcionante
O final de Coringa 2 também foi alvo de muitas críticas. Em vez de aprofundar a jornada de Arthur Fleck ou discutir temas relevantes, como o filme original fez, o desfecho opta por uma abordagem meta, desconectando Fleck de sua identidade como Coringa e abrindo espaço para que outro personagem assuma o papel do Príncipe Palhaço do Crime.
A morte repentina de Fleck por um personagem não identificado deixou os espectadores insatisfeitos, encerrando de forma melancólica e confusa a trajetória que começou de maneira tão promissora no primeiro filme.
O Legado de Coringa
Parte do apelo do primeiro Coringa estava em seu retrato sombrio, mas realista, das lutas de Arthur Fleck, um homem marginalizado pela sociedade. O filme não só abordava questões de saúde mental, mas também explorava as falhas de um sistema social que empurra indivíduos como Fleck para a violência.
O público se identificou com essa crítica, e muitos viram no personagem um reflexo de suas próprias experiências de alienação. Entretanto, a sequência parece ignorar essa profundidade, focando apenas na punição individual de Fleck, sem considerar o contexto social mais amplo que o primeiro filme tão habilmente construiu.
Coringa: Folie à Deux não conseguiu replicar o impacto cultural e financeiro de seu antecessor. Desde o início, parecia que o filme foi concebido mais por pressão financeira do que por uma verdadeira necessidade criativa. O resultado foi uma produção que decepcionou tanto a crítica quanto o público, e que pode, ironicamente, confirmar o que muitos temiam: a DC está cada vez mais distante de encontrar o equilíbrio certo para suas adaptações cinematográficas.
Com uma mistura de decisões mal executadas, desde a escolha de transformar o filme em um semi-musical até um roteiro sem alma, Coringa 2 parece destinado a se tornar um exemplo de como o sucesso de bilheteria não garante uma sequência de qualidade.
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